No meio do caminho tinha um Boca
Libertadores da América
Grêmio 0 x 2 Boca Juniors
A torcida gremista lotou o estádio. A cada piscar de olhos, o número de pessoas aumentava no Olímpico. Os fogos pipocavam, os cantos se espalhavam pelas arquibancadas. Longas horas de espera até a bola rolar. E até os quase 50 mil caírem na real.
Não havia como. O que ocorreu ontem no estádio Olímpico foi um lento processo de desencantamento do mundo. A esperança foi-se logo quando o juiz apitou o início de jogo.
Isso porque se via do outro lado um time que se postava bem, que marcava com galhardia e competência, que possuía contra-ataque venenoso. E que tinha um craque: Riquelme.
Não havia jeito de vencer o Boca. Nem lá, nem aqui. E o Boca não tem apenas um jogador diferenciado. Tem um time que joga muito bem em casa, como o próprio Grêmio. No entanto, faz algo que o tricolor não sabe: atuar da mesma maneira fora de seus domínios.
Os dois gols de Riquelme ontem surgiram tão naturalmente que não havia mais o que contestar, nem bola para disputar. O vestiário do Grêmio, ao menos, foi feliz. Enalteceu o time, a campanha bonita, a trajetória de conquistas fase a fase. Mas, principalmente, reconheceu que o belo troféu da Libertadores está em excelentes mãos.
Esse time do Grêmio não era time de final. Teoricamente, chegaria, no máximo, a uma quarta-de-final. Mas Mano Menezes e seus comandados se superaram. Chegaram à semi-final, conquistaram a vaga à decisão. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, ou melhor, três: as carências do próprio elenco, o Boca Juniors e Riquelme.