quinta-feira, junho 21, 2007

No meio do caminho tinha um Boca

Libertadores da América
Grêmio 0 x 2 Boca Juniors

A torcida gremista lotou o estádio. A cada piscar de olhos, o número de pessoas aumentava no Olímpico. Os fogos pipocavam, os cantos se espalhavam pelas arquibancadas. Longas horas de espera até a bola rolar. E até os quase 50 mil caírem na real.

Não havia como. O que ocorreu ontem no estádio Olímpico foi um lento processo de desencantamento do mundo. A esperança foi-se logo quando o juiz apitou o início de jogo.

Isso porque se via do outro lado um time que se postava bem, que marcava com galhardia e competência, que possuía contra-ataque venenoso. E que tinha um craque: Riquelme.

Não havia jeito de vencer o Boca. Nem lá, nem aqui. E o Boca não tem apenas um jogador diferenciado. Tem um time que joga muito bem em casa, como o próprio Grêmio. No entanto, faz algo que o tricolor não sabe: atuar da mesma maneira fora de seus domínios.

Os dois gols de Riquelme ontem surgiram tão naturalmente que não havia mais o que contestar, nem bola para disputar. O vestiário do Grêmio, ao menos, foi feliz. Enalteceu o time, a campanha bonita, a trajetória de conquistas fase a fase. Mas, principalmente, reconheceu que o belo troféu da Libertadores está em excelentes mãos.

Esse time do Grêmio não era time de final. Teoricamente, chegaria, no máximo, a uma quarta-de-final. Mas Mano Menezes e seus comandados se superaram. Chegaram à semi-final, conquistaram a vaga à decisão. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, ou melhor, três: as carências do próprio elenco, o Boca Juniors e Riquelme.

domingo, junho 17, 2007

Será que dá?

É a pergunta mais feita ultimamente em Porto Alegre. Será que dá para Grêmio desmanchar a vantagem do Boca Juniors, na próxima quarta-feira, no Olímpico.

Quem responde "sim" está movido pelo desejo de torcedor, pois, racionalmente, não há condições.


A sorte do Grêmio é que o futebol, muitas vezes, sai do campo do racional e envereda para o osbcuro lado do sobrenatural. Ou seja, o torcedor gremista tem mais é que acreditar e lotar o Olímpico. Essa é a sua tarefa.


Do primeiro confronto fica a decepção. O Boca até merecia vencer, pela insistência e volume, mas não por 3 a 0. O primeiro gol, de Palacio, foi em vergonhoso impedimento do assistente Palermo. E o último tento argentino se deu apenas pela trapalahada da defesa azul. Sem contar no gol incrível perdido por Diego Souza, na pequena área, aos 42 minutos finais, quando ainda estava 2 a 0.


Será que dá? Não sei. Acho que não. Mas é mais um possibilidade de o Grêmio mostrar, como dizem, que é imortal. Se virar mesmo e levar o tricampeonato, Porto Alegre vai parar por uma semana. Nada mais do que justo. Quarta-feira será o dia da esperança. É o que resta para um time que não soube se segurar bem fora de casa e que não mostrou alternativas ofensivas decentes para reverter a desvantagem.

sábado, junho 09, 2007

Grêmio e Boca

Estes são os dois finalistas da Libertadores. Na quinta-feira, o Boca Juniors garantiu-se como adversário do Grêmio, após aplicar 3 a 0 no Cúcuta, na Bombonera. A partida foi prejudicada por uma forte neblina.

O jogo foi até parelho. O Boca era mais incisivo, no entanto o time colombiano aparecia com perigo nos contra-ataques.

A superioridade boquense acentuou-se mais no segundo tempo, e os gols vieram naturalmente. Mas o golzinho no final do primeiro tempo ajudou. Riquelme, cobrando falta. Palermo e Battaglia mataram o rival.


O primeiro confronto da decisão será já na próxima quarta-feira, em Buenos Aires. Não haverá gol qualificado dessa vez. O Grêmio ainda joga hoje, pelo Campeonato Brasileiro, contra o Vasco, no Rio, às 18h10min. O time será reserva, mas terá atrações: Lucas, Amoroso e Kelly. A equipe de Mano Menezes para logo mais: Galatto, William Magrão, Nunes, Pereira e Bruno Teles, Edmilson, Lucas, Adílson e Kelly, Amoroso e Ramón.

Massacre e Tríplice Coroa

Recopa Sul-Americana
Internacional 4 x 0 Pachuca

Foi um baile vermelho. A torcida lotou o Beira-Rio e fez as pazes com o time, que meteu quatro nos mexicanos, ao natural.

O jogo foi do Inter desde o começo. Mas o gol demorou. E saiu de pênalti, cobrado mal por Alex. Mas a bola entrou. Alívio no Beira-Rio. Erao golzinho do qual o Colorado tanto precisava. Mas viriam mais três no segundo tempo.

Pinga faria, logo no íníco da etapa complementar, o segundo gol, coroando a sua boa atuação. Mais tarde, Pato balançou as redes. Mosquera, já perto do fim, jogou a última terra na cova de seu próprio time, marcando contra.

O sentimento após o jogo era um só: além da importância do trófeu, da Tríplice Coroa, o que estava em jogo na noite da quinta-feira era também a recuperação da confiança colorada. E, pelo o que festejaram jogadores e torcedores, a auto-estima vermelha tornou a subir.

quinta-feira, junho 07, 2007

Um golzinho para salvar o semestre

É disso que o Inter precisa hoje, no Beira-Rio, a partir das 21h50min. Após perder por 2 a 1, na semana passada, para o mexicano Pachuca, em uma péssima atuação, o time de Gallo necessita de um gol, 1 a 0, que lhe é suficiente para levar o caneco.

O título da Recopa seria como a salvação do semestre vermelho, que foi uma desgraça, convenhamos. Eliminado na primeira fase do Gauchão e da Libertadores, coma tuações pífias, a equipe não foi nem sombra do que se mostrou quando conquistou, ano passado, a Libertadores e o Mundial. Hoje é a chance de deixar para trás os infortunios de 2007. E um golzinho basta.


INTER
Clemer; Ceará, Índio, SIdnei e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Pinga e Alex; Pato e Fernandão (Iarley). Técnico: Alexandre Gallo

PACHUCA
Calero; Cabrera, López, Mosquera e Pinto; Rodríguez, Correa, Caballero e Chitiva; Giménez e Cacho. Técnico: Enrique Meza.

Arbitragem: Sergio Pezzota, auxiliado por Ricardo Casas e Wálter Vélaz, trio argentino.

Local: Estádio Beira-Rio, Porto Alegre (RS).

Quem vai pegar o Grêmio?

Hoje, às 19h15min, começa a decisão da segunda vaga para a final da Libertadores. Na Bombonera, jogam Boca Juniors e Cúcuta, da Colômbia.

No primeiro jogo, os colombianos patrolaram, 3 a 1, em um segundo tempo envolvente, sobretudo na sua metade final.

Ao Boca, resta fazer 2 a 0, o que é perfeitamente possível. Até porque o Cúcuta não contará com Blas Perez, centroavante virtuoso que poderia incomodar a defesa boquense e fazer o desejado gol fora de casa, que obrigaria o Boca a aplicar 4 a 1 , por exemplo.

Acredito muito na força do Boca em seus domínios, mas acho que dá Cúcuta.

As voltas do futebol

Diego Souza teve um início irregular no Grêmio, transitando entre a reserva e a titularidade. Primeiramente, foi segundo volante. Com Lucas retornando da seleção, transformou-se em terceiro homem de meio-campo. E demorou para se adaptar. A crítica veio. Mas Diego Souza não se abateu. É dele gols importantíssimos nessa trajetória tricolor quase que plenamente exitosa. O jogador dos gols decisivos contra São Paulo e Santos tem mais dois jogos para aprontar das suas. E calar de vez quem o ousa criticar.

Já com Saja o processo foi inverso. O goleiro argentino começou com tudo, ficando quase sete jogos sem levar gols, pegando pênalti na estréia da Libertadores etc. Mas há uma má vontade da crítica com ele. Todo o gol que o Grêmio toma a culpa acaba caindo nele. Chegam a insinuar que Saja tem o braço curto. Má vontade pura. Ontem, ele mostrou, com a palma da mão direita, quem tem o braço curto, logo aos 5 minutos de jogo. Ontem, Saja mostrou que ele é o goleiro do Grêmio.
Ontem, Diego Souza e Saja ratificaram a importância deles para o time de Mano Menezes. Importância que muitos ainda há poucos dias teimavam em duvidar de sua existência.
Até o Rei do futebol ficou ofuscado com o brilho do aguerrido time gaúcho.

A dois jogos da glória

Libertadores da América
Santos 3 x 1 Grêmio
Exato. Falta pouco. O Grêmio, com a derrota por 3 a 1 para o Santos, ontem, na Vila Belmiro, carimbou o seu passaporte para a final da Libertadores. Mais dois jogos e o tricampeoanto pode surgir. No entanto, para chegar a privilegiada situação, os tricolores penaram. Não poderia ser de outra forma.
O Santos sempre esteve em cima do Grêmio, desde o apito inaugural do árbitro. Aos 5 minutos, Saja já teve que operar milagre com a mão destra. Mas foi o Tricolor que saiu na frente, fazendo o tão sonhado e famoso golzinho fora de casa, aos 23 minutos. E não poderia ser de outro jogador. Bomba de Diego Souza (à direita na foto acima), o jogador dos gols decisivos, após ágil virada. Fábio Costa não ousou reagir. Nem dava. Seu destino perdedor estava traçado.
O tormento, todavia, permaneceu. E não só com as investidas santistas. Carlos Eduardo saiu lesionado, entrando Ramon em seu lugar. A força ofensiva tricolor, que já era pequena, passou a inexistir.
O Santos precisava fazer quatro gols. E conseguiu um, e exatamente no segundo final da primeira etapa, com Renatinho, aproveitando indecisão dos defensores. O segundo tempo iniciaria com igualdade. Aos Santos, só interessavam três tentos.
Aos 15, saiu outro de Renatinho, em nova confusão da zaga, que não cortou o cruzamento. Quinze minutos depois, novo gol, em nova chiripa. Zé Roberto pegou uma bola respingada, após bate-rebate na área. O impossível estava para acontecer. Havia mais de quinze minutos de jogo, e o Santos só preciava de mais um gol. Parceia que não ia dar para o time de um angustiado Mano Menezes. Mas deu.
O jogo virou drama. O Grêmio tinha quatro volantes, contra seis atacantes santistas. Só um lado do campo se via da TV, o lado em que o Santos atacava. Parecia mesmo que não ia dar. Mas realmente deu. Após longos quatro minutos de descontos, os 150 torcedores azuis na Vila, e mais os milhões pelo mundo, puderam, enfim, dizer: "estamos na final da Libertadores". E o é. O Grêmio está a dois jogos da glória.

quarta-feira, junho 06, 2007

É hoje!...?

Não, não é hoje. Não é hoje a grande decisão à vaga na final da Libertadores entre Grêmio e Santos. Foi há uma semana, quarta-feira passada, nos 2 a 0 do Tricolor no Olímpico. Ali, foi o divisor de águas. Na noite que se aproxima, vejo muitas dificuldades, o Grêmio, claro, vai levar pressão. No entanto, o mais difícil - fazer escore em casa - o Grêmio o fez. Nada deve deter o time de Mano Menezes rumo à decisão. É uma questão de tempo. De 90 minutos, mais precisamente.

SANTOS
Fábio Costa; Alessandro, Adaílton, Ávalos e Kléber; Rodrigo Souto, Maldonado (Tabata ou Pedrinho), Cléber Santana e Zé Roberto; Jonas e Marcos Aurélio.Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

GRÊMIO
Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Gavilán, Sandro Goiano, Tcheco, Diego Souza (Lucas) e Carlos Eduardo; Douglas (Tuta). Técnico: Mano Menezes.

Arbitragem: Carlos Torres, auxiliado por Manuel Bernal e Nicolás Yegros (trio paraguaio).
Local: estádio Vila Belmiro, em Santos.

quinta-feira, maio 31, 2007

Madrugada a dentro

O jogo que pode significar o divisor de águas para o Internacional invadirá a madrugada da sexta-feira. No México, o Colorado pega o Pachuca, no primeiro confronto pelo título da Recopa. A partida começa às 23h30min, pelo horário de Brasília. O jogo da volta é no Beira-Rio, seman que vem.

O time mexicano tem cacife para encarar o atual campeão mundial. É o atual campeão mexicano e não perde em seu estadio há 20 jogos. Hora de cair a invencibilidade, portanto.

Para o time de Gallo, esse título retoma algo muito importante no futebol: a confiança. A equipe, nos últimos jogos, vem se ressentido desse atributo, além, claro, de o futebol apresentado ter sido pífio.

Hoje, portanto, pode começar a retomada do Colorado. Para fazer valer aquele velho ditado, o que diz que quem já foi rei jamais perde a majestade.

Falando em rei e majestade, o Inter vai atrás também da tríplice coroa, ou seja, a conquista da Libertadores, do Mundial e da Recopa.


PACHUCA
Calero; Lopes, Mosquera, Fausto Pinto; Cabrera, Correa, Caballero, Damian Alvarez e Salazar; Juan "Cacho" e Giménez. Técnico: Enrique Meza.

INTER
Clemer; Ceará, Sidnei, Mineiro e Rubens Cardoso; Maycon, Edinho, Wellington Monteiro e Pinga; Alexandre Pato e Fernandão. Técnico: Alexandre Gallo.

Árbitro: Carlos Chandía (Chile).
Local: Estádio Miguel Hidalgo, em Pachuca (México).

De olho nos (prováveis) inimigos

Os torcedores do Grêmio têm novo compromisso hoje à noite. Calma, não vão precisar encarar mais uma arquibancada congelante, como ontem. O jogo da vez é pela TV mesmo, entre Cúcuta e Boca Juniors, valendo a outra vaga à final da Libertadores.

Do confronto, portanto, sai o adversário de Grêmio ou Santos.

O jogo será às 21h, na cidade homônima ao clube colombiano, a grande zebra da competição. Semana que vem, o duelo se repete, só que no alçapão da Bombonera.

Nem se Pelé entrar em campo

Libertadores da América
Grêmio 2 x 0 Santos
O otimismo, e até o exagero, da frase acima tem certa razão de ser. Ontem, o Grêmio reiterou sua condição superior como mandante. Em um Olímpico lotado, o Tricolor detonou o Santos: 2 a 0. Está com um pé na final da Libertadores 2007.

A tônica da partida foi o equilíbrio, com muita movimentação de intermediária a intermediária. O Santos até mostrava-se mais vertical. Saja (na foto, comemorando um dos gols) teve que salvar com a palma da mão direita um chute de Marcus Aurélio.
No entanto, um puxão acintoso na grande área mudaria a história da semifinal. Ávalos quase levou Diego Souza para casa de tanto que o agarrou: pênalti. Tcheco, o mistério da noite gélida, estufou a rede do esquentado Fábio Costa, aos 34 minutos. O Grêmio estabelecia o 1 a 0, o Olímpico fazia do inverno um veranico e, melhor, o Santos tremia. Tanto tremeu que a perna direita do defensor santista fraquejou ao ver a mirrada sombra de um menino. Carlos Eduardo (foto abaixo) tomou-lhe a bola e, mais esperto e provocador ainda, deu um toque sutil, longe do alcance do goleiro adversário. Era o 2 a 0, três minutos após o tento inaugural. Loucura na Azenha. E só não virou um manicômio geral porque, no minuto seguinte, Tcheco, sozinho, estourou a bomba em cima de Fábio Costa.

No segundo tempo, Mano Menezes sacou Tcheco e pôs Ramon. O Grêmio diminuiu o ritmo, mas não perdeu a vantagem. O Grêmio não só faz gols; não os toma. Pelo menos no Olímpico, Saja não sabe o que é ser maculado durante toda a competição continental. E assim o foi desta feita. O primeiro chute santista na etapa final, de Pedrinho, saiu somente aos 37 minutos. E ainda nem precisou da intervenção do arqueiro argentino, foi para fora.

Derrota por um gol de diferença ou por dois gols, anotando um fora de casa, significam a chegada à porta do céu para o Tricolor. E lá Rei nenhum tem vez. Nem seus pupilos. Relacionamentos extraterrenos é coisa para imortal. É coisa para o Grêmio.

quarta-feira, maio 30, 2007

Questões de uma decisão

Hoje, às 21h45min, jogam, no Olímpico, Grêmio e Santos, pelas semifinais da Libertadores. OK, mas isso todo mundo sabe. O que todos desconhecem é o resultado. Mas dá para dizer que a classificação se decide nesta gélida noite porto-alegrense.

Digo isso porque vejo com dificuldades uma reviravolta do Grêmio no alçapão da Vila Belmiro. Ou seja, é tudo ou nada para o Tricolor hoje. Seria muito melhor começar como visitante. O Grêmio, em sua trajetória exitosa nos mata-matas dessa Libertadores, vem se segurando fora de seus domínios e exterminando os rivais no confronto subseqüente, no Olímpico. A torcida lota o estádio e o time entra em campo já sabendo do que precisam fazer para sorrirem ao final dos 90 minutos. Hoje, todavia, será diferente.

Dado a paridade, 1 a 0 é goleada. Já vitória mínima levando gol é preocupante. Se Tcheco jogar, aumentam as chances. Não que ele seja um sublime jogador. Mas é ruim com ele? Pior sem, certamente. O Grêmio terá que parar o incansável e onipresente Zé Roberto.

Será grande jogo. É, mas isso todo mundo sabe também. O negócio é parar de enrolar e desperdiçar linhas e somente esperar. Mesmo sabendo que todos já sabem, não custa lembrar. É logo mais, às 21h45min.

GRÊMIO
Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Gavilán, Sandro Goiano, Diego Souza, Tcheco (Ramon) e Carlos Eduardo; Tuta. Técnico: Mano Menezes.

SANTOS
Fábio Costa; Alessandro, Adaílton, Ávalos e Kléber; Rodrigo Souto, Maldonado, Cléber Santana e Zé Roberto; Jonas e Marcos Aurélio.
Técnico: Wanderley Luxemburgo.

Arbitragem: Sergio Pezzotta, auxiliado por Rodolfo Otero e Juan Carlos Rebollo (trio argentino).

Local: estádio Olímpico, em Porto Alegre.